Encorajar a inclusão de pessoas com necessidades especiais não basta! Faz-se urgente e necessário uma planificação, investimento e capacitação dos professores, principalmente na área musical.

Incluir através da música mostra-se um caminho muito receptivo, favorável e de grandes benefícios e conquistas.

Este blog vem como um aliado a fornecer informações e servir à troca de experiências entre os educadores musicais que estão entrando na rede de ensino seja, regular, particular ou mesmo escolas de música que já abram seu espaço ao processo de inclusão.





sexta-feira, 25 de junho de 2010

Comunidade no Orkut




Participem:

http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=103316431

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Aprender música ajuda no tratamento da dislexia


As crianças com dislexia ou outros problemas de leitura podem ser ajudadas se aprenderem a tocar um instrumento musical, dado que, segundo um estudo publicado nos Anais da Academia das Ciências de Nova Iorque, esta prática melhora o processamento das palavras. O estudo, da Stanford University (Califórnia, Estados Unidos), prova, pela primeira vez, que a música ajuda a melhorar a capacidade do cérebro em distinguir entre sons que mudam rapidamente, que é a chave para compreender e utilizar a linguagem. O estudo confirma também a noção de que o cérebro não é um órgão imutável, mas adaptável, o que significa que, com treino adequado, as pessoas podem melhorar a sua agilidade mental.Os investigadores fizeram o estudo com adultos, entre os quais um grupo que começou a tocar um instrumento antes dos sete anos e nunca interrompeu a prática, vários dias por semana.
 
Fonte: Lusa
Universo Autista - Um mundo a ser descoberto
Categoria : TDAH/TDA
Publicado por Webmaster em 24/8/2008
Investigação da Stanford University
http://www.universoautista.com.br/autismo/modules/smartsection/item.php?itemid=30

domingo, 30 de maio de 2010

Gadgets adicionados


Foram adicionados os gadgets referentes a vídeos, onde as pessoas terão espaço, depois de ler alguma reportagem ou não, caso assim desejem, para assistir vídeos sobre educação, relaxamento, auto-ajuda. Outro gadget foi a lista de blogs interessantes onde deixo como sugestão para demais pesquisas e visitas e, por fim, foi adicionado o contador para que possa ter acesso de forma quantitativa aos visitantes, etc. É isso.

Abraço!!

sábado, 22 de maio de 2010

O papel da inclusão digital no processo educativo




Atualmente, a socialização estabelece as relações produzidas pela rede de interconexões de pessoas entre si, mediadas pelas TICs (Tecnologias da Comunicação e Informação). Vemos à todo momento, a mídia delineando a realidade e guiando o processo de construção de identidade, cultura e relações pessoais. Fato que se distancia dos valores educativos empregados nas instituições educacionais.

Podemos estabelecer um paralelo entre o ensino tradicional – calcado nas salas de aula físicas e territorialmente definido – e a EAD. Esta pode participar do processo de inclusão, pois contêm particularidades que projetam ao educando flexibilizações para seu uso, elevando o grau de acesso à educação, diminuindo assim o abismo entre escolarizados e não-escolarizados.

Pesquisas mostram que existem diferenças entre as faixas etárias na forma da apropriação e no domínio da habilidade operacional do computador. Estudos que comparam diferentes faixas etárias na interação com a máquina apontam a importância do dimensionamento de estratégias de ensino e aprendizagem delineadas de acordo com as características e condições da população, respeitando o ritmo e tempo para aprender, limitações físicas (auditivas, visuais) e cognitivas (memória, atenção) etc.

A geração dos idosos de hoje tem revelado suas dificuldades em entender a nova linguagem e em lidar com os avanços tecnológicos até mesmo nas questões mais básicas como os eletrodomésticos, celulares, os caixas eletrônicos. Consequentemente,aumenta - se o número de idosos “analfabetos” em Informática, ou analfabetos digitais, em todas as áreas da sociedade.

A inclusão de pessoas com necessidades especiais nos leva a outra reflexão, pois o governo obriga as escolas a aceitarem estes alunos, mas não aumenta a verba para o investimento necessário, as mesmas relutam dizendo não terem infra-estrutura e professores capacitados para tal. Para que haja inclusão é preciso investir e no processo de inclusão digital o mesmo acontece! Perguntemos: quem são os verdadeiros incluídos e excluídos digitais em nosso país?

Há uma inexistência no sistema de ensino de um processo de aprendizagem direcionado ao montante de informações na internet que exige habilidades como aprender a se informar e aprender a informar, onde adquirir a informação, etc,... Para que haja inclusão digital, faz-se necessário a capacitação, denominada pelos programas governamentais de Alfabetização Digital.

Segundo Buzato (2003) as pessoas alfabetizadas não são necessariamente “letradas”. Mesmo sabendo “ler e escrever”, isto é, codificar e decodificar mensagens escritas, muitas pessoas não aprenderam a construir uma argumentação, redigir um convite formal, interpretar um gráfico, encontrar um livro em um catálogo etc. Denomina-se essa competência de letramento, que se constrói na prática social, e não na aprendizagem do código por si.

Dessa forma, Buzato adota o termo Letramento Digital por entender que não se trata apenas de ensinar a pessoa a codificar e decodificar a escrita, ou mesmo usar teclados, interfaces gráficas e programas de computador, mas de inserir-se em práticas sociais nas quais a escrita, mediada por computadores e outros dispositivos eletrônicos, tem um papel significativo.

Definimos Letramento Digital como: o saber utilizar as TICs, saber acessar informações por meio delas, compreendê-las, e com isso mudar o estoque cognitivo a consciência crítica e agir de forma positiva na vida pessoal e coletiva. Freire (2002, p.11) defende que:

(...) mais que organizar e processar conhecimento
científico, como antes dos primórdios da ciência
da informação, será importante prover seu acesso
público através das mais diversas formas e dos mais
diversos canais de comunicação, de maneira que
essa nova força de produção social possa estar ao
alcance dos seus usuários potenciais.


Assim, o nível de utilização do conhecimento bem como a sua aplicabilidade, via TICs, são fatores guias na definição do aumento ou redução da desigualdade social no país. Uma educação envolvendo novas e interessantes abordagens relacionadas ao acesso à informação por meio das TICs,é o objetivo alvo de uma nova e desejada sociedade “incluída”.


Referências:

BUZATO, Marcelo E. K. Letramento digital abre portas para o
conhecimento. EducaRede, 11 mar. 2003. Disponível em: <>.
Acesso em: 14 maio 2010.

FRANCISCO, Deise Juliana; MACHADO, Glaucio Jose Couri. Sociedade, EAD, inclusão digital e formação de professores. Universidade Regional Integrada do alto Uruguai e das Missões (URI), Brasil. Disponível em: <> Acesso em: 17 maio 2010.

FREIRE, Isa Maria. Da construção do conhecimento científico à
responsabilidade social da ciência da informação. Informação & Sociedade,
João Pessoa, v. 12, n. 1, 2002.

Helena Peters Musicoterapia e Educação Musical. O papel da inclusão digital no processo educativo. Disponível em: <> Acesso em 17 maio 2010.

KACHAR, Vitória. PGM 5 – Tecnologia e inclusão. A terceira idade e a Inclusão digital. Disponível em: <> Acesso em: 17 maio 2010
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Música e Inclusão: uma breve reflexão sobre o processo pedagógico musical e a pessoa com deficiência

Prf Ms. Viviane Louro1

A postura da sociedade perante uma pessoa com deficiência passou por diversas fases no decorrer da História da humanidade. Em culturas antigas, como a espartana por exemplo, as crianças que nasciam com algum tipo de deficiência eram muitas vezes, assassinadas ou abandonadas por seus familiares. Na Idade Média, tais pessoas começaram a fazer parte da sociedade, mas como "bobos da corte" ou mendigos. Com o advento do Renascimento, a sociedade passou a se preocupar mais com elas e a partir de então, iniciativas em prol da educação e reabilitação das pessoas com deficiência aumentaram gradativamente. Atualmente, a pessoa com deficiência é vista com muito mais dignidade do que em tempos remotos. A inclusão, em todos os campos sociais, principalmente na educação, é um tema muito presente. Devido a isso, não podemos deixar de lado essa discussão no que tange as questões culturais e artísticas de nossa sociedade. Koellreutter, um conceituado educador alemão nacionalizado brasileiro, afirma que a educação musical é um meio de desenvolver todas as faculdades do homem, pois, ela trabalha a concentração, autodisciplina, capacidade analítica, desembaraço, autoconfiança, criatividade, senso crítico, memória, sensibilidade e valores qualitativos. Além do que, pode valorizar o ponto de vista nacional, religioso, político e social. Partindo desse pressuposto, uma pessoa com deficiência deveria ter as mesmas chances que qualquer outra pessoa no que se refere a educação musical, visto que, a aprendizagem musical trabalha diversos elementos importantíssimo para a formação humana. Mas, será que essas pessoas, têm realmente, as mesmas oportunidades em relação ao processo educacional musical? Será que a inclusão é discutida também dentro da área musical? Será que os professores de música são capacitados para atender em suas aulas pessoas com deficiências? Posso adiantar que a resposta é NÃO !!!, mas porque não? Para começar, ainda há muito preconceito dentro da área pedagógica musical, pois, falta informação aos envolvidos com essa arte. Muitos professores de música, acreditam que a música quando direcionada para uma pessoa com deficiência só tem utilidade e função como terapia ocupacional ou reabilitação, e não acreditam na música, como expressão artística, meio de aprendizagem ou mesmo profissionalização dessas pessoas. Isso talvez ocorra porque nossa sociedade durante muito tempo teve uma postura assistencialista e institucionalizada em relação às pessoas com deficiências e, às vezes, até mesmo sem querer, ainda reproduzimos atitudes demasiadamente paternalistas. Muitos ainda crêem que uma pessoa com deficiência precisa sempre de “cuidados”, precisa sempre ser “reabilitado”, precisa sempre buscar ser “como as demais pessoas”. Assim sendo, a música acaba incorporando, dentro desse contexto, uma conotação de musicoterapia e não de educação musical. Além disso, nosso sistema musical ainda carrega o peso do “romantismo”, época em que a música foi colocada como uma arte para “poucos abençoados”, para pessoas que tinham “dom” e “talento”.
Trazemos esse ideal de músico como sinônimo de “gênio” até os dias atuais, o que de fato, dificulta a inclusão de qualquer pessoa que não obedeça à esses padrões de “perfeição” musical. Mas, a produção artística de uma pessoa com deficiência pode ser tão boa quanto a de um "não deficiente". Logo, encarar a produção ou intenção artística de uma pessoa que tenha determinada deficiência como fazendo parte somente de um processo reabilitacional ou direcionar a educação musical para o mesmo, apenas para sua reabilitação ou inclusão social, são atitudes que podem podar o potencial artístico da pessoa. Infelizmente, isso ainda acontece muito no meio musical. Também, há o fato de que poucos professores de música são beneficiados por informações pertinentes às pessoas com deficiências durante seu processo de formação pedagógica musical.
Portanto, quando se depara com um aluno de música que não tem os mesmos padrões físicos, intelectuais ou emocionais do que está acostumado, sua primeira reação é a de não querer dar aulas para esse aluno, ou, ficar completamente perdido, sem saber o que fazer. Mas, assim como, dentro da educação comum há diversos tipos de adaptações pedagógicas, metodológicas e mesmo físicas para ajudar o professor a incluir em sua aula, crianças com deficiências, ou mesmo, professores especializados em educação especial, dentro do universo musical também há muitos recursos que podem ser utilizados e já existe alguns poucos profissionais especializados em educação musical especial. Certamente, o ideal seria todos os professores de música possuírem formação ou pelo menos informações sobre adaptações pedagógicas, metodologias especializadas, recursos materiais e físicos em relação à educação musical especial, mas enquanto isso não acontece, ele precisa procurar tais informações independente de sua formação acadêmica, o que requer, disposição, tempo e investimento financeiro.
Infelizmente, nem todos os educadores musicais estão dispostos a isso, dificultando assim a inclusão no processo pedagógico musical. Portanto, para que a educação inclusiva ocorra de forma eficaz no contexto musical, além de boa vontade é necessário compromisso por parte dos educadores musicais e uma política educacional eficaz por parte das autoridades para que as pessoas com deficiências tenham as mesmas oportunidades em relação a cultura, expressão artística e aprendizagem musical. De acordo com Claus Bang "os deficientes têm o direito moral, cívico e legal de receber um nível de educação artística semelhante ao das pessoas não deficientes" (RUUD 1991).2 Devido a todas essas questões, desde 2003, pesquiso sobre a temática Música e Deficiência, tendo como parceiro o pedagogo e músico Alex Ferreira de Andrade. Juntos, elaboramos uma metodologia de ensino musical a pessoas com deficiências, principalmente mental, baseada nos princípios da psicomotricidade, plasticidade cerebral e processo de aprendizagem. Os resultados tem sido grandiosos do ponto de vista da aprendizagem musical, bem como, em relação a ganhos neurofuncionais frente a aprendizagem em geral. Além disso, organizo anualmente, juntamente com a professora Lisbeth Soares o Simpósio de Educação Musical Especial, evento que este ano encontra-se em sua 5ª versão e tem por propósito abordar o tema educação musical especial através de palestras, debates, mesas redondas, apresentações de trabalho científicos, oficinas e apresentações musicais. O evento vem crescendo a cada ano e já recebeu um público de mais de 200 pessoas vindas de diversos Estados brasileiros. Isso nos mostra como esse tema é urgente nos dias atuais, ainda mais que agora a educação musical voltará ao ensino regular, muitos professores de música estão buscando informações sobre a deficiência, visto que a inclusão escolar está cada vez mais presente em nossa sociedade. Outro trabalho que realizo no que tange a inclusão musical é em parceria com o Ator Sérgio Zanck. Desde 2006, orientamos voluntariamente um grupo cênico-musical, chamado Trupe do Trapo, formado exclusivamente por pessoas com deficiência e da terceira idade em risco social. É um trabalho que vem surtindo muitos resultados e mostrando ao público em geral a capacidade artística dessas pessoas. Esse trabalho conta com colaboração dos professores Alex Andrade (já citado) e a atriz Fabiana Louro. Em 2006, foi lançado no Brasil o primeiro livro sobre música e inclusão, de minha autoria, com co-orietação de Alex Andrade e o médico geneticista Dr. Luís Alonso. O livro tem por título Educação Musical e Deficiência: propostas pedagógicas e oferece ao professor todo embasamento teórico em relação ao assunto e 23 atividades práticas para aula de música mostrando como adaptá-las para todos os tipos de deficiência. Em 2007, recebemos a proposta da editora Didática Paulista, para escrevermos mais um livro nessa área, mas agora com a introdução do teatro junto com a música. Escrevemos então o livro Arte e Inclusão, mostrando todo o processo pedagógico possível com pessoas com deficiência através da música e do teatro. Junto com o livro, vem um DVD didático, de uma hora e meia abordando na prática o que o livro menciona teoricamente. Essas são as contribuições que venho fazendo no universo pedagógico musical em relação a temática inclusão.
Certamente não há somente minhas pesquisas nesse campo, mas, mesmo tendo outros profissionais preocupados com isso na educação musical, a demanda de pesquisadores, professores especializados e literatura sobre esse assunto ainda é ínfima frente a real necessidade existente no que tange a inclusão musical. Fica portanto aqui meu apelo para que esse tema seja mais amplamente debatido, para que mais profissionais da área musical venham pesquisar e propor novos caminhos pedagógicos no contexto da inclusão, para que mais pessoas elaborem metodologias alternativas e se empenhem em difundir a música para a diversidade, afinal de contas: A Música é para todos !!!

1 Mestre em música pela UNESP com especialização em educação especial. Autora de livros sobre o tema música e inclusão. Coordenadora do curso de música da Fundação das Artes de São Caetano do Sul.

2 RUUD, Even. (org). Música e saúde. Trad. Vera Bloch Wrobel, Glória Paschoal de Camargo, Miriam Goldfeder. São Paulo: Summus, 1991. 175 p.

Fonte: http://www.musicaeinclusao.com.br/?/Artigos/Educacao-Musical-e-Inclusao/Musica-e-Inclusao-uma-breve-reflexao-Por-Viviane-Louro