Encorajar a inclusão de pessoas com necessidades especiais não basta! Faz-se urgente e necessário uma planificação, investimento e capacitação dos professores, principalmente na área musical.

Incluir através da música mostra-se um caminho muito receptivo, favorável e de grandes benefícios e conquistas.

Este blog vem como um aliado a fornecer informações e servir à troca de experiências entre os educadores musicais que estão entrando na rede de ensino seja, regular, particular ou mesmo escolas de música que já abram seu espaço ao processo de inclusão.





sábado, 22 de maio de 2010

O papel da inclusão digital no processo educativo




Atualmente, a socialização estabelece as relações produzidas pela rede de interconexões de pessoas entre si, mediadas pelas TICs (Tecnologias da Comunicação e Informação). Vemos à todo momento, a mídia delineando a realidade e guiando o processo de construção de identidade, cultura e relações pessoais. Fato que se distancia dos valores educativos empregados nas instituições educacionais.

Podemos estabelecer um paralelo entre o ensino tradicional – calcado nas salas de aula físicas e territorialmente definido – e a EAD. Esta pode participar do processo de inclusão, pois contêm particularidades que projetam ao educando flexibilizações para seu uso, elevando o grau de acesso à educação, diminuindo assim o abismo entre escolarizados e não-escolarizados.

Pesquisas mostram que existem diferenças entre as faixas etárias na forma da apropriação e no domínio da habilidade operacional do computador. Estudos que comparam diferentes faixas etárias na interação com a máquina apontam a importância do dimensionamento de estratégias de ensino e aprendizagem delineadas de acordo com as características e condições da população, respeitando o ritmo e tempo para aprender, limitações físicas (auditivas, visuais) e cognitivas (memória, atenção) etc.

A geração dos idosos de hoje tem revelado suas dificuldades em entender a nova linguagem e em lidar com os avanços tecnológicos até mesmo nas questões mais básicas como os eletrodomésticos, celulares, os caixas eletrônicos. Consequentemente,aumenta - se o número de idosos “analfabetos” em Informática, ou analfabetos digitais, em todas as áreas da sociedade.

A inclusão de pessoas com necessidades especiais nos leva a outra reflexão, pois o governo obriga as escolas a aceitarem estes alunos, mas não aumenta a verba para o investimento necessário, as mesmas relutam dizendo não terem infra-estrutura e professores capacitados para tal. Para que haja inclusão é preciso investir e no processo de inclusão digital o mesmo acontece! Perguntemos: quem são os verdadeiros incluídos e excluídos digitais em nosso país?

Há uma inexistência no sistema de ensino de um processo de aprendizagem direcionado ao montante de informações na internet que exige habilidades como aprender a se informar e aprender a informar, onde adquirir a informação, etc,... Para que haja inclusão digital, faz-se necessário a capacitação, denominada pelos programas governamentais de Alfabetização Digital.

Segundo Buzato (2003) as pessoas alfabetizadas não são necessariamente “letradas”. Mesmo sabendo “ler e escrever”, isto é, codificar e decodificar mensagens escritas, muitas pessoas não aprenderam a construir uma argumentação, redigir um convite formal, interpretar um gráfico, encontrar um livro em um catálogo etc. Denomina-se essa competência de letramento, que se constrói na prática social, e não na aprendizagem do código por si.

Dessa forma, Buzato adota o termo Letramento Digital por entender que não se trata apenas de ensinar a pessoa a codificar e decodificar a escrita, ou mesmo usar teclados, interfaces gráficas e programas de computador, mas de inserir-se em práticas sociais nas quais a escrita, mediada por computadores e outros dispositivos eletrônicos, tem um papel significativo.

Definimos Letramento Digital como: o saber utilizar as TICs, saber acessar informações por meio delas, compreendê-las, e com isso mudar o estoque cognitivo a consciência crítica e agir de forma positiva na vida pessoal e coletiva. Freire (2002, p.11) defende que:

(...) mais que organizar e processar conhecimento
científico, como antes dos primórdios da ciência
da informação, será importante prover seu acesso
público através das mais diversas formas e dos mais
diversos canais de comunicação, de maneira que
essa nova força de produção social possa estar ao
alcance dos seus usuários potenciais.


Assim, o nível de utilização do conhecimento bem como a sua aplicabilidade, via TICs, são fatores guias na definição do aumento ou redução da desigualdade social no país. Uma educação envolvendo novas e interessantes abordagens relacionadas ao acesso à informação por meio das TICs,é o objetivo alvo de uma nova e desejada sociedade “incluída”.


Referências:

BUZATO, Marcelo E. K. Letramento digital abre portas para o
conhecimento. EducaRede, 11 mar. 2003. Disponível em: <>.
Acesso em: 14 maio 2010.

FRANCISCO, Deise Juliana; MACHADO, Glaucio Jose Couri. Sociedade, EAD, inclusão digital e formação de professores. Universidade Regional Integrada do alto Uruguai e das Missões (URI), Brasil. Disponível em: <> Acesso em: 17 maio 2010.

FREIRE, Isa Maria. Da construção do conhecimento científico à
responsabilidade social da ciência da informação. Informação & Sociedade,
João Pessoa, v. 12, n. 1, 2002.

Helena Peters Musicoterapia e Educação Musical. O papel da inclusão digital no processo educativo. Disponível em: <> Acesso em 17 maio 2010.

KACHAR, Vitória. PGM 5 – Tecnologia e inclusão. A terceira idade e a Inclusão digital. Disponível em: <> Acesso em: 17 maio 2010
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